E tão longe de mim assim, Estrela, foi você iluminar a noite. Por tanta distância as lágrimas correm ao me lembrar de você. Oh, Estrela, terá sido escolha se refugiar tão longe de mim?
Seu brilho chega em mim e reflete pequenino nos meus olhos, tão pequenino quanto era a pequena quando você partiu. E o brilho, Estrela, esse brilho que carrego no sangue e na alma, me faz lembrar de você.
10 anos, Estrela. 10 anos que você se foi. E foi para tão longe que marcou tão fundo e até hoje não consigo administrar bem. Não é perda, Estrela, veja bem, é distância. Por que não me iluminou de pertinho? Por que me olha apenas, Estrela? Fala comigo, Estrela. Me abraça forte e diz que está de volta e que vai ficar por perto.
10 anos, Estrela, é mais tempo que já passamos juntas. E isso dói como se fosse há 10 anos. É uma ferida que não tem cura, Estrela. Não é com o tempo, não é com conhecimento.
Te quero perto, Estrela, pois só seu amor é verdadeiro. Quando você foi pra longe não consegui mais me apegar a ninguém com medo de que fossem pra longe também. E os poucos a quem me apeguei, Estrela, eles jamais tiveram a pretensão de tomar seu lugar, mas queria eu que substituíssem o carinho e a falta que você me faz.
E o anjo, Estrela, que bela escolha. O anjo me acompanha, sim. Já escolheu fingir ir para longe, mas retornou e me abraçou como jamais tivesse partido.
Ah, Estrela, que saudade de você! Correm as lágrimas e não são secadas por ninguém, pois só você poderia fazer isso. E estas vão cair quando fizerem 11, 20, 30, 100 anos. E não terá ninguém para secar. Eu sinto sua falta, Estrela.
Sua presença na ausência é forte. Minha ausência na presença talvez também será. Mas veja bem, Estrela, eu sei que de onde está pode me compreender, às vezes até mais do que eu. Vai chegar, e a cada segundo se aproxima, a hora em que nos encontraremos, a hora da Estrela.
*A hora da Estrela – Livro de Clarice Lispector e Música do Pato Fu.
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
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