segunda-feira, 17 de maio de 2010

Tive, sim!

Nesse fim de semana, me preparando para o sábado à noite, acabei por assistir um pouco ao filme "Closer-Perto Demais". Nele, a personagem Alice fala que Dan, ex-namorado dela, que a traíra, teve o momento de resistir à consumação do fato. Ela diz: "Dan, todos temos, na vida, aquele momento em que podemos escolher entre resistir ou nos entregar. Eu não sei qual foi o momento, mas você com certeza teve o seu".

Isso bateu fundo. Porque eu estou olhando para uma foto nossa e estou agradecendo demais por não ter resistido a você. Daqui uns dias faz três anos de recomeço; difícil recomeço. E se a vida não anda naquela calma de 2004 a 2007, pelo menos segue com paz interior e uma batalha digna de sobrevivência diária. Prefiro Toddy ao Tédio, dizia o Cazuza; eu prefiro dirigir tranquilo na madrugada do que ficar no telefone mentindo para mim que "vou esperar quanto tempo for". Não esperei. 

Minha mentalidade Cristã me condenou na época, mas poxa...que bom que não resisti. Que bom que indo para a cena do 'crime", aquele ônibus parou no cruzamento entre a Rio Branco com a Independência e eu não resisti. Eu fui em frente. Falei em dirigir pela madrugada. Nessa madruga de sábado-para-domingo, tocou no rádio do carro "Amor Grand´Hotel" do Kid Abelha:  "se a gente não tivesse dito tanta coisa, se a gente não tivesse exagerado a dose, poderíamos ter vido um grande amor". Essa é a questão para a vida.

Tive, sim o momento de resistir, mas não o fiz. Por profissão, vício ou falta de caráter, será? Desejo de libertação. Olhar novo sobre fato acontecido. Revisão criminal e agora rasgo a sentença, abolitio criminis. Absolvição própria de quem não vangloria o erro, não teve erro. Houve aqui legitima defesa indireta, por critérios de proporcionalidade: a única forma do entrave resolver. Solver.
Tive o momento e fui em frente. Hoje, só fica boa lembrança do bom beijo. O resto é vida (sei que te irrita).

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Abaçaiado, é assim que eu tô.

Já faz um tempo que escrever para você não tem graça. Não sei se é porque os meus olhos perderam o brilho ao te olhar, e por isso te enxergo melhor. Talvez. Me disseram que perdi um pouco o encantamento ao te ver, mas ganhei ao enxergar outras coisas.

Já faz um tempo que você não é mais o motivo que me incentiva a escrever, sonhar e viver. Não é que eu tenha parado de desejar isso, eu simplesmente o desejo por outros motivos. Será que isso é crescer? Deve ser… Os motivos não estão mais me interessando.

Todo o passado se mostrou realmente um exagero, mas que foi verdade quando eu dizia. Hoje vejo o quanto era irreal. Sabe, quando eu dizia para você antes de dormir que eu estaria pensando em você? Que sonharia com você? Bem, hoje não posso mais dizer isso. Não é mais verdade. Desculpa se isso te dói, de verdade.

Para que te falar isso? Não sei. Bom, saiba que eu continuo gostando de você. Mas minha vida passou a independer da sua. Não me pergunte como, mas agradeça a essa autonomia que eu redescobri. Sua liberdade advém dela.

Talvez seja mais fácil assim, para nós dois. Perceba o tanto de palavras incertas. É que na verdade ando assim. No escuro. Não escuto. Vou andando, achando e torcendo para que o fim seja algo razoável, positivo. Vou andando e não vou sozinha. Vou com meus pensamentos céticos e com as lágrimas secas. Vou andando sem saber por onde ando, sem olhar para o lado. Eu vou. E vou tentando crer. E tentando te convencer que vou. E tentando te convencer que será melhor. E tentando me convencer que devo andar.






p.s.: quase um mês sem postar. eu sei. não, eu não esqueci do Ironia. Mas o texto e o título deste texto explicam um tanto o porque de tudo =)