terça-feira, 29 de novembro de 2011

Como, por onde e com quem tenho andado

Deus é sempre mais, a vida é dinâmica e há quem creia que a vida seja apenas uma (ando parando quando do viés dinâmico). Mudança de crenças, de vistas do ponto, de ponto de vista, de visões de mundo e vida boa. Abandonando dramas, acatando tramas, fazendo prosa mais concreta enquanto as letras da poesia são lidas lá por outros olhos.
Não é abandono de causa, sou eu emocionando mais pela minha, em carreira solo. Ok, nem tão em carreira solo assim. Encontro gente iluminada gritando 'Bruggeeeeeeeeer!!" e me chamando para propor teses; ou amigos de agora - que estranhamente/felizmente parecem que são velhos amigos - repensando as minhas teses e me ajudando a ser um cidadão melhor, tanto no profissional, quanto, e principalmente, no pessoal. Eu tenho a absoluta certeza de que estou andando por caminhos certos, com pessoas que bem combatem o bom combate. É sobre realização.
É saída da matrix, da formatação e há certa dor. Dói abandonar umas velhas certezas que me acompanharam há...já quase 6, 7 anos. Passo a repensar, verbo do texto, também aquela velha frase de "não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam"; algumas pessoas se importam e me fazem importar.
Não nego que por muitas vezes rola um cansaço. Cansaço por ver amor, suor, ousadia sendo não aproveitados desde agora, de plano, ab initio. Talvez seja eu pagando meus pecados anteriores quando eu, assim como o Gessinger, acreditava que só se vivia uma vez. Quantas bolas chutadas para longe do gol; tem também espaço para lamentações que, ainda que se crie um paradoxo, não chegam a ser arrependimentos, eu escolhi, eu escolhi ser, logo, por honestidade hermana, aceito a condição.
Não nego, tão pouco, que o coração anda precisando de perdões. Precisa ser perdoado por umas três ou quatro vezes que tive a bola do jogo e arremessei errado. Esses apagões morais que me dão e só vou me dar conta na segunda hora de ressaca do dia seguinte, sempre criticando fulanos e fulanas que tiveram a chance e desperdiçaram. Opa, eu erro pra caramba. Talvez seja hora de algumas desculpas serem pedidas, um bom exemplo é a minha parceira de blog e vida, possivelmente foi com ela que errei metade das vezes que eu realmente senti o golpe, errar em relação a ela causou dor demais; eu a amo, essa é a verdade, ela sabe e possivelmente isso seja relativamente suficiente para ser mais desculpável quando tremo na base e chuto torto (bate vontade, nessa linha, de abraço na roda dos Brugger´s com ela dentro, por mais uns 80 anos).
Há tambem saudade e saudação. Uma reforma íntima que implica em largar mão de coisas e pessoas, gente que não quis estar presente, não quer estar no futuro. Ficaram as fotos, as possíveis cartas, juras, alto dos passos, vodka barata com organismo juvenil e todas essas palavras ao vento que a gente teima em jogar, sem praticar, sem atitudinar, sem agir mesmo. Tem gente retornando também, bom que retornem, senti falta dos meus manos de outrora, dos amigos que vi crescer, literalmente; é sempre bom manter também os De Fé, os caras que batalharam comigo, continuam batalhando, me aceitando com esse mundo de erros e que não perdem, e me fazem não perder, a ternura jamais.
Tem justiça, amor e caridade. Tem descobertas de pessoas fazendo diferença com uma voz suave às 20h de uma segunda-feira ou às 18h de um sábado, pós-vida, pós-puc. Tem a PUC, um ambiente de paz e satisfação intelectual para quem precisava se libertar um pouco, ser ouvido, propor e ser proposto, provocado, apanhar, levantar, devolver, criar. Crítica e proposição, redescobrir. A sorte de estar andando com quem ando, por onde tenho andado.
Tem beleza, muita. Não a produzida globalmente, com o trocadilho. Aquela beleza de sorriso, de ideia, de admiração, de inveja da boa (o querer também, desde que o outro continue tendo). Vivência com e além livros, com amigos, música, um certo despertar para o que importa: estar com. Ao lado de. Sorrindo por e apesar de.
Há muita estrada além do que se vê.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Se não fosse a música [Dia do músico].

E então que eu estou prometendo uns dois ou três textos com temáticas diferentes. Mentira, a temática é a mesma, o referencial teórico é que talvez seja diferente.
Entretanto, como ainda não terminei a escrita, escreverei esse rapidamente. Quero parabenizar os músicos. Os músicos, por óbvio, fazem música. Música que nos sustenta nesse mundo de cachorro-louco, que fazem uma baladinha tipo Anna Júlia lançar aos céus do pop nacional 4 caras, que se transformaram depois em Indies/cults. Quero parabenizar aos Los Hermanos por sempre me fazerem perguntar "quem é mais sentimental que eu?" e logo me darem a resposta: "Ela é mais sentimental que eu, então fica bem se eu sofro um pouquinho mais". Quero parabenizar a quem inventou a "lista de execução" para juntar músicas e músicos, porque após esse introito, para juntar o Pearl jam gritando em seguida: " She lies and says she´s in love with him, can´t find a better man". O pior é que ela pode.
Vem os paralamas em seguida com guitarras e voz de Hebert: "não pedi que ela ficasse, ela sabe que na volta eu ainda vou estar aqui". Segue o Foo Fighters me perguntando se há alguém que tira o melhor de mim. Skank comentando algo sobre "planejando para fazer acontecer ou simplesmente refinando essa amizade", Gram e sua bateria com "faça algo por você". Gessinger impiedoso com "melhor para você se ela for embora, pense bem, é bem melhor assim".  Los Hermanos puxando novamente a reflexão: "E o Pierrot.."
E o Pierrot tentando achar alguma "coisa que ainda te emocione, uma garota, um bom combate, um gol aos 46".
É que "estou na lanterna dos afogados, eu estou te esperando, vê se não vai demorar', na voz da Maria Gadu.


segunda-feira, 7 de novembro de 2011

"e queria sempre achar explicação pro que eu sentia"

Andar na rua. Ver um carro e, por milésimos de segundo, o coração parar, sentir o frio percorrendo cada veia, cada cantinho do corpo. Olhar para o carro novamente e perceber que não era quem você achou que fosse um segundo atrás. Nesse momento você já estava culpando o destino, o acaso ou qualquer entidade que tenha sido responsável por fazer este encontro entre vocês. Continua andando e percebe que ninguém no mundo reparou como seu mundo acabou de receber uma descarga de adrenalina e, de verdade, você não se importa com isso.

Passado um minuto do acontecido, você para e pensa: como é possível que isso ainda aconteça comigo? Pelo-amor-de-Deus, não estou apaixonada! Isso é coisa de menina, que sente o mesmo efeito ao ver o nome, ou o quase-nome, da pessoa entrando no msn. Como eu me deixei levar? Eu saí com ele duas vezes, for God´s sake! Mas por que então que isso me aconteceu?

Não importa se tem 10, 15, 20, 25, 30 anos. Mulher é boba assim mesmo. Não importa se o cara é um Deus grego ou o sujeitinho da esquina. Não importa se ele é um príncipe encantado ou se só a faz sofrer. Mulher não consegue se controlar nessas situações. Acha que é ele e que vai sair do carro com um buque de flores e a surpreender no meio da rua, vai beijá-la e mais uns 2 segundos de imaginação e ela já está no terceiro filho.

É por isso que praticamente todas caem em qualquer conversinha de malandro. A mente feminina é incrivelmente poderosa. Quando quer (grife-se: quer), acha que um carinho é um pedido de namoro ou que um olhar para o lado é um “não te amo mais”. É difícil viver assim, sério! Depois de alguns anos você já não sabe mais o que pensar, ou como agir. Tipo hoje com o acontecido do carro. Eu entendo e até aceito que seja meu cérebro me pregando uma peça. Mas a questão não é essa. A questão é, por que ele faz isso? A questão mais profunda é, por que ele faz meu cérebro fazer isso comigo?




texto escrito e para ser lido ao som de Maria Gadu.