“Terei toda a aparência de quem falhou, e só eu saberei se foi a falha necessária” – Clarice Lispector
Sim, “terei toda a aparência de quem falhou”. Assumo isso, mas “só eu saberei se foi a falha necessária”.
Para todo ponto final um parágrafo novo. Acontece que eu insisto num estilo Saramago de fazer parágrafos de páginas inteiras, de estender cada diálogo num meio de compreensão próprio que se arrasta sobre páginas sem nenhuma pontuação que permita a pausa breve para respirar. Intensidade.
Chata as vezes. Teimosa. Insisto até perder o sentido de insistir. Insisto pelo prazer da dificuldade. Insisto pelo sentimento. Mas até este ultimo falha. E eu falhei não uma, nem duas, mas três, quatro, cinco, muitas vezes. Mas só cabe a mim saber se foi ou não necessário. E até então, posso afirmar: Pra todo erro, muitos acertos. De tudo se tem um lado bom, uma parte boa, uma lembrança positiva. Seja de uma conversa única, um sorriso mais franco, um beijo, um momento. Efêmeros.
“E pra minha poesia é o ponto final. É o ponto em que recomeço.*” Oportunidades que surgem, sentimentos que despertam, desejos que se espraiam. Ciclo. Tempo que corre, que passa, que foge.
Aproxima-se o momento em que o pingo de tinta cairá. O parágrafo, que parecia infindo, mostrará que era apenas grande. E eu,”terei toda a aparência de quem falhou, e só eu saberei se foi a falha necessária”.
*O Teatro Mágico – Bailarina e o Soldado de Chumbo
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O que não mata fortalece. Mas cuidado pra não tomar uma dose de falhas muito grande de uma só vez que é um troço perigoso... vai que vc acaba na sarjeta, bêbada, e contando sua história pra um mendigo. Some people do that...
ResponderExcluirSe você estiver bêbada, na sarjeta em OURO PRETO..serei eu a te ouvir, pode ter certeza!
ResponderExcluir;D
Lindos e serenos parágrafos...tão bom acompanhar tua história..tenho certeza que os próximos capítulos serão mais coloridos!
TE amo demais.
beijos