quinta-feira, 4 de março de 2010

Metalinguagem

“Deixa eu brincar de ser feliz, deixa eu pintar o meu nariz”
Los Hermanos
Eu não escrevo só quando eu estou triste. Foi engraçado isso essa semana. Estava eu no MSN conversando (novidade ;O) e um amigo meu me perguntou :“Thais, de onde você tira inspiração pro seu blog?”, e eu num ímpeto respondi: “ah, da vida, eu acho”, mas fiquei pensando nisso por um bom tempo.

Vim aqui no Ironia, olhei uns textos meus que logicamente foram publicados, olhei na minha pasta de textos que tem aqueles que foram censurados e os outros que foram publicados mas não na integra, e mergulhei numa nostalgia profunda.

Não sei nem se essa é a melhor palavra, nostalgia, mas sei lá, lendo meus textos fui demais pra dentro de mim. Olhei coisas, pontos, amores, amizades, histórias, lembranças. Olhei pra mim ali, em frases. Percebi que apesar de usar meus textos para me divertir algumas vezes, na maioria esmagadora das vezes eles são válvulas de escape pra quem eu sou no íntimo.

Quando eu coloquei no meu “quem sou eu” do Orkut o link do Ironia e falei “descubra nas entrelinhas”, é porque eu tinha noção que escrevia de mim, mas percebi que escrevo do meu eu mais fundo, aquele que nem eu sei definir, só o sei assim, por textos. E descobri que esse meu eu é bem melancólico e piegas, mas eu nem liguei. Gosto dos meus textos assim, e acho que os loucos que agüentam e freqüentam o Ironia há mais de um ano também.

Só que eu fiquei com um medo. Depois de um ano de blog é muito plausível alguém me conhecer muito bem sem conviver comigo. Me senti uma personagem de um seriado desses que a gente vicia e consegue já prever o que ele vai fazer. Aquelas coisas de: “Nossa, se o Chandler estivesse aqui ele ia fazer uma piadinha fantástica”, ou “Essa merecia um Bazinga do Sheldon”, pode um dia ser pra mim. Uma situação qualquer que a pessoa me veja na rua e perceba que meus olhos tão dizendo muito mais, estão dizendo aquilo que eu escrevi no texto de semana passada. Bizarro, não? Mas totalmente possível.

Enfim, já escrevi coisas sem nexo que deram um texto, já escrevi sentimentos profundos meus, já expus mais uma parte de mim. Toda essa enrolação era só pra dizer que eu escrevo sim quando eu estou alegre, feliz. A princípio esse iria ser um texto feliz, mas deixa para a próxima, o eu falou bem alto.

Um comentário:

  1. Deliciaaa de texto, Tha!

    Acabou de explicar o que motiva o Ironia.
    E acredito mesmo que as pessoas conheçam a gente, tal qual conhecem os caras dos seriados! ;D

    Um beijo...saudades já voltando!

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