Se eu fosse o Caio Fernando faria poesia com as visões de mundo e do mundo que tenho. Eu diria em um momento poético mais ou menos assim: "Se meus olhos fossem câmeras eu não veria chuvas nem estrelas nem lua, teria que construir chuvas, inventar luas, arquitetar estrelas. Mas meus olhos são feitos de retinas, não de lentes, e neles cabem todas as chuvas estrelas lua que vejo todos os dias todas as noites".
E todo dia a insônia me convence, realmente, que o céu faz tudo ficar infinito. E, como já disse em outros posts, que talvez o Cazuza esteja realmente certo no que tange a solidão ser pretensão de quem fica escondido fazendo fita. Cito Cazuza para esquecer a constatação que fiz ontem, em um momento de lucidez no meio da embriaguez bradei minha vergonha: Sou da geração que prefere escutar "Parangolé" e seu Rebolation a ouvir Biquini Cavadão e sua lendária carreira musical.
Essa revelação veio no sábado. Antes do show do Victor e Léo que, sim, eu fui; o cidadão da organização diz ao microfone: "Confirmadas as atrações da Festa Country 2010. Quinta-feira: Biquini Cavadão", vieram aplausos, claro. O cidadão continua: "E PARANGOLÉ"...assim, povo veio abaixo!! A empolgação com a "banda" de Axé foi inacreditável, pelo menos para mim...fã incondicional de Biquini Cavadão e do Rock Brasileiro.
Essa revelação trouxe o posterior insight. Sou da geração micareta, da geração Tribalista que grita aos quatro cantos: "Eu sou de ninguém/Eu sou de todo mundo/E todo mundo é meu também". O povo brada por isso aos sábados. Às segundas, nas primeiras horas da manhã são consultórios de terapeutas cheios de "amor-não-correspondido-me-falta-a-alma-gêmea". Seríssimo, a Folha de São Paulo trouxe outro dia: Nunca se ganhou tanto no ramo de consultórios/tratamentos terapeuticos quanto na última década.
Solidão, carência, falta de compreensão. Outro dia, refletia sobre isso. Encontrei uma fórmula ainda não 100% testada, mas vem trazendo bons resultados. A tal da amizade colorida. É sério!
Tenho alguns exemplos de bons amigos que, um dia, resolveram dar o passo à frente, ou ao lado, vai saber. Gostavam da companhia, da conversa, do encontro dos corpos no abraço.O beijo encaixou, a maturidade existia, o diálogo era franco. Deu certo.
Claro, para a cura dos males do século - amizade colorida - há requisitos: maturidade e diálogo. São não se pode olvidar da aplicação deles. Sob pena de jogar para o espaço qualquer coisa. De tudo, eu proponho essa solução. Afinal, a confiança já é inerente.
Para todo mal, a cura. Afinal, "bom encontro é de dois".
Gente, q decadência!
ResponderExcluirParangolé tem UMA música, Biquini Cavadão pode até não ser o top das bandas, mas tem muito mais história do q essa banda de axé.
Eu já perdi as esperanças no gosto musical (E na produção musical) da população. Hj em dia nos raros momentos em q encontro uma banda de qualidade, fico ouvindo repetidas vezes em êxtase até esgotar.
Ah! Adoro essa mania de compartilhar, mesmo sem vc saber, das mesmas opiniões que você expõe aqui! Me encontro, me acho menos fora da realidade, me sinto mais comum....
ResponderExcluir"amizade colorida - há requisitos: maturidade e diálogo."
FATO!
Muito bom, Dedey!