segunda-feira, 12 de abril de 2010

A cura para os males do século

Se eu fosse o Caio Fernando faria poesia com as visões de mundo e do mundo que tenho. Eu diria em um momento poético mais ou menos assim: "Se meus olhos fossem câmeras eu não veria chuvas nem estrelas nem lua, teria que construir chuvas, inventar luas, arquitetar estrelas. Mas meus olhos são feitos de retinas, não de lentes, e neles cabem todas as chuvas estrelas lua que vejo todos os dias todas as noites".

E todo dia a insônia me convence, realmente, que o céu faz tudo ficar infinito. E, como já disse em outros posts, que talvez o Cazuza esteja realmente certo no que tange a solidão ser pretensão de quem fica escondido fazendo fita. Cito Cazuza para esquecer a constatação que fiz ontem, em um momento de lucidez no meio da embriaguez bradei minha vergonha: Sou da geração que prefere escutar "Parangolé" e seu Rebolation a ouvir Biquini Cavadão e sua lendária carreira musical.

Essa revelação veio no sábado. Antes do show do Victor e Léo que, sim, eu fui; o cidadão da organização diz ao microfone: "Confirmadas as atrações da Festa Country 2010. Quinta-feira: Biquini Cavadão", vieram aplausos, claro. O cidadão continua: "E PARANGOLÉ"...assim, povo veio abaixo!! A empolgação com a "banda" de Axé foi inacreditável, pelo menos para mim...fã incondicional de Biquini Cavadão e do Rock Brasileiro.

Essa revelação trouxe o posterior insight. Sou da geração micareta, da geração Tribalista que grita aos quatro cantos: "Eu sou de ninguém/Eu sou de todo mundo/E todo mundo é meu também". O povo brada por isso aos sábados. Às segundas, nas primeiras horas da manhã são consultórios de terapeutas cheios de "amor-não-correspondido-me-falta-a-alma-gêmea". Seríssimo, a Folha de São Paulo trouxe outro dia: Nunca se ganhou tanto no ramo de consultórios/tratamentos terapeuticos quanto na última década.

Solidão, carência, falta de compreensão. Outro dia, refletia sobre isso. Encontrei uma fórmula ainda não 100% testada, mas vem trazendo bons resultados. A tal da amizade colorida. É sério!

Tenho alguns exemplos de bons amigos que, um dia, resolveram dar o passo à frente, ou ao lado, vai saber. Gostavam da companhia, da conversa, do encontro dos corpos no abraço.O beijo encaixou, a maturidade existia, o diálogo era franco. Deu certo.

Claro, para a cura dos males do século - amizade colorida - há requisitos: maturidade e diálogo. São não se pode olvidar da aplicação deles. Sob pena de jogar para o espaço qualquer coisa. De tudo, eu proponho essa solução. Afinal, a confiança já é inerente.

Para todo mal, a cura. Afinal, "bom encontro é de dois".

2 comentários:

  1. Gente, q decadência!
    Parangolé tem UMA música, Biquini Cavadão pode até não ser o top das bandas, mas tem muito mais história do q essa banda de axé.
    Eu já perdi as esperanças no gosto musical (E na produção musical) da população. Hj em dia nos raros momentos em q encontro uma banda de qualidade, fico ouvindo repetidas vezes em êxtase até esgotar.

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  2. Ah! Adoro essa mania de compartilhar, mesmo sem vc saber, das mesmas opiniões que você expõe aqui! Me encontro, me acho menos fora da realidade, me sinto mais comum....
    "amizade colorida - há requisitos: maturidade e diálogo."
    FATO!

    Muito bom, Dedey!

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