quarta-feira, 16 de junho de 2010

Era uma vez... ou não?

Os filmes, os contos de fadas, tudo nos ditam finais felizes. Para ser feliz preciso desejar o final?

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Nunca tive vocação pra Amélia, para os estereótipos femininos. Não mesmo. E isso nunca me incomodou. Mas ao mesmo tempo, não gosto de homem fraco (e não estou falando aqui de fraco ou forte fisicamente). Não gosto de homem sem opinião, sem determinação. É disso que eu falo.

Eu planejo meu futuro. Quando deitada na cama, ou em meio a aulas sem sentido, rabisco meus pensamentos ou as folhas do caderno com coisas como o futuro. Normal. Neste futuro, em nenhum momento me vi presa dentro de casa. Tenho a certeza de querer sair para ir trabalhar, de ir buscar a minha felicidade exercendo – espero que essa seja realmente a minha certeza - o Direito. Reafirmo, não tenho problemas com isso.

Mas me falaram que isso assusta os homens, que eu devia ser mais mulherzinha. Mais mulherzinha. Maldito estereótipo. Por que sou menos mulherzinha ao gostar de futebol? Por que sou menos mulherzinha ao querer ter minha autonomia? Por que ainda valorizam as princesas intocáveis, ou as gatas borralheiras? Sem sentido pra mim.

Nem tudo são flores, porém. Há ainda algo que nem eu consigo tirar de mim. Os ditos “finais felizes”. Por que, nos dias de hoje, ainda sonhamos com o “príncipe no cavalo branco” (nem vem com a piadinha do volvo prata), com o rapaz valente que nos tirará do alto da torre, que lutará contra dragões, enfrentará perigos para nos conquistar, pobres donzelas? Racionalmente digo: não estou, não me sinto nem quero me sentir ou estar presa dentro de uma torre. Tampouco quero um príncipe no cavalo branco passando pela Av. Independência. Nisso tudo, quero um homem que não se assuste com o meu jeito de não querer tudo isso. Mas emocionalmente digo: maldito “felizes para sempre”.

4 comentários:

  1. Adorei o texto!

    Só não me identifiquei com o gostar de futebol e com sua (quase) certeza com relação ao direito, porque essa é uma coisa que eu ainda não tenho.

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  2. DA FELICIDADE
    Quantas vezes a gente,em busca da ventura,
    Procede tal e qual o avozinho infeliz:
    Em vão,por toda parte,os óculos procura
    Tendo-os na ponta do nariz!
    (Mario Quintana)

    Acredito que não seria necessário mais nada. Nada obstante, soma ai sua teoria da reciprocidade e etc...que você verá que todas as possibilidades se abrem para as tuas escolhas racionais.

    Você também tem medo de ser feliz. E não, não te culpo! =D

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  3. ah não...isso é mentira, acredita em mim!
    Eles até se apaixonam pelas melindrosas, mas acabam amando as que resolvem seus próprios problemas (e os deles, muitas das vezes hahaha)
    beijosssssss thais!

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  4. Não seja tão maniqueísta...ninguém consegue amar quem não desperta admiração.

    =)

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