Estou realmente com um certo vício na série "How I Met You Mother". A série é fundada na ação de Ted Mosby contar para seu casal de filhos como conheceu a mãe deles. A história se passa em 2030, embora a narrativa retroaja 25 anos. Claro que não é por isso que meu vício se deu.
O vício vem porque parece que estudaram boa parte dos meus quase 23 anos e resolveram transcrever, filmar e ainda ironizar mais um pouco. O vício vem porque reconheço todas as minhas manias "amorosas" (do tipo esperar por uma cidadã aparecer na festa e ela não comparecer e me contentar com um simples pedido de desculpas) ou reconhecer minha companheira de blog na série quando a Robin Scherbatsky ironiza o Ted ou aplica mil e trezentos "tocos" com base na amizade deles (me encontro sorrindo nesse momento). Embora eu deva reconhecer, também, que nessa primeira temporada ao menos, o Ted leva muito mais sorte que eu. Talvez por ele ser bem mais "garotão" que este blogueiro e estar numa série de TV.
De tudo, após várias empreitadas do personagem, ele termina a 1a temporada com a Robin. E me reconheci na hora que ele "aprende" a dança da chuva para tentar fazer com que a dita cuja não fosse acampar com outro. Após a chuva cair, ele aparece na casa da cidadã, toma um banho de chuva e pede para ela descer. Ela ESCOLHE, após algumas boas provas, tentar. Sei lá o que acontece na 2a temporada, mas a escolha vem dar um fundo para o texto de agora.
A questão é que estive bastante satisfeito no início desse mês porque, após o texto belíssimo da Thais sobre "reciprocidade, uma amiga decidiu tentar escolher ser feliz. Sim, após ela quebrar a cara muitíssimas vezes, ela resolveu, por bem, dar uma chance para um cidadão que sabia como era ela acordando, chorando, sorrindo, sabia dos podres, dos erros, dos acertos, enfim o cara era amigo dela; e mesmo sabendo tudo, ainda assim estão curtindo a nova faceta, a de namorados. Ela disse que foi pela 'minha" teoria explicada pela Tha, que ela resolveu entender e colocar em prática, após a condição sine qua non para iniciar uma relação dessas: DIÁLOGO.
Sim, senhores. Isso é um testemunho feliz sobre a teoria de que vale a pena escolher. Eu também acho muito bonito aquela coisa malhação de cair de livros, primeiros olhares; ou filmes com a jennifer aniston em que as pessoas se apaixonam de primeira; ou qualquer outro clichê romântico que vocês recordarem. É clichê porque é fácil, reconfortante. Diz o Albert Camus que a imaginação oferece às pessoas consolação por aquilo que não podem ser e humor por aquilo que efetivamente são. Noutras palavras, é mais fácil pensar que Deus enviará dos céus um amor novinho em folha. Se enviar, tanto quanto melhor. Eu acredito que Ele tenha muito mais coisas para resolver, de forma que Ele daria o carimbo de "aprovado" se escolhessemos a parceria, se escolhessemos ser felizes. Suponho que a ferramente do 'livre-arbítrio" tenha esse intuito de celeridade processual.
Como eu dizia para a Fernanda: não que eu seja contra amor à primeira vista. Não que eu seja contra romantismo, muito pelo contrário. O argumento é quase bíblico-paisagístico: se a pessoa te proporciona um pouco de paraíso e quer cuidar do seu jardim, por quê não tentar plantar mais flores? O argumento pode ser também matemático, dizem que é absurdo dividir por zero, se você tem a chance de dividir a vida por dois, por quê dividir por zero? Sério, escolher ser feliz com alguém, ainda que não seja a pessoa por quem você morra de paixão é sim amar. É amar a chance de ter esse alguém que estará por você. Nem que seja uma mera tentativa. Afinal, para que seria necessário amar raramente para amar muito?
Hoje, do amor eu acredito em misturar desejo, ternura e entendimento que me liga a determinado ser. Talvez seja através da reciprocidade da escolha, da tentantiva de ciniciar uma relação, esteja a solução. No estilo maluco de Ted e Robin dessa 1a temporada. No estilo maluco que eu venho propondo. No estilo maluco que vem dando certo para algumas pessoas.
Você sabe o que é o encanto?
É ouvir um "sim" como resposta sem ter perguntado nada.
Cara, você é TOTALMENTE igual ao Ted.
ResponderExcluirArrisco dizer que até mais "meninão" do que ele.
O problema é que você pensa demais, mais que o Ted até. hahaha ;P
Tem sido uma honra ver "How I met your mother" com você.
É um fato que concordo com tudo que você diz (menos quando se trata de futebol).
Abraço, Ted.
Obrigado, Barney
ResponderExcluirVocê anda Nerudamente educado para comigo, Brugger.
ResponderExcluirCitou meu nome no seu texto. Uma passagem da Martha Medeiros para o seu escrito
"Todos, ao nascer, recebem as cartas a que têm direito. Uns recebem vários ases, outros ficam repletos de curingas, outros não têm nada que preste nas mãos. Cabe a cada jogador comprar, descartar, fazer seu jogo. Isso inclui trapaças? Não. Isso inclui perspicácia, senso de oportunidade,concentração. Engana-se quem pensa que vai vencer sempre. Não existe auge eterno, a não ser para os gênios. Como eles são meia dúzia, cabe a nós, simples mortais, reconhecer o momento certo de agir."
beijo querido
^^, olás!
ResponderExcluirSou obrigado a concordar que em sua maior parte o amor é uma opção. Entendo a visão romântica que existe sobre esse tema, mas talvez algo que esteja implícito no olhar "é você" seja a decisão de amar alguém intensamente e esse alguém se encaixar no perfil que acreditamos ser amável. Ou seja, até nesse ponto, de forma inconsciente, me parece ser a decisão de se relacionar que guia o amor.
Prazer em conhecê-lo Andrey, ouço falar muito de ti, escreves bem. Saudações.
Você sempre me surpreendendo com textos inteligentes, belos e sensíveis.
ResponderExcluirJá disse que tenho orgulho de tê-lo como o meu irmão caçula mais querido e amado?
Te amo todos os dias, incondicionalmente.
Beijos.
Muito interessante.
ResponderExcluirGostei da abordagem prática do seu texto!
PArabéns!!
Beijos,
Hosseyn