“Tantas você fez que ela cansou
Porque você, rapaz
Abusou da regra três
Onde menos vale mais
Da primeira vez ela chorou
Mas resolveu ficar
É que os momentos felizes
Tinham deixado raízes no seu penar
Depois perdeu a esperança
Porque o perdão também cansa de perdoar
Tem sempre o dia em que a casa cai
Pois vai curtir seu deserto, vai.
Mas deixe a lâmpada acesa
Se algum dia a tristeza quiser entrar
E uma bebida por perto
Porque você pode estar certo que vai chorar”
Vinicius de Moraes
Era tarde da noite e ela se escondia atrás de cobertas quentes em sua cama. Mas ela não estava ali de fato, e onde ela estava fazia muito frio. Parecia com uma geleira, e perdida ela estava. Procurava por ajuda e via muitos apontando caminhos diferentes. Seguia por ali, por lá, e não chegava a lugar algum senão no encontro com o mar. Se apoiou em outra menina, também perdida, e tentaram juntas encontrar algum caminho. Entre neves e desencontros, buscaram caminhos opostos, confiaram em caminhos diferentes. Porque esta é uma verdade, cada caminho somente uma pessoa percorre por vez. Por mais que se tente, dois corpos não ocupam um mesmo lugar ao mesmo tempo. Novamente sozinha, encontrou um caminho dos mais bonitos que percorrera e seguiu. Seguiu acreditando que este seria diferente, que a levaria a algum lugar aonde ela iria se aquecer e finalmente repousar. Tolice. Ainda não havia aprendido que nessas geleiras o final é sempre o mesmo, o mar gelado e frio. Ao se dar conta que chegara novamente no limite do gelo, pulou. E finalmente foi abraçada. Pelo frio, escuro e asfixiante mar gelado. Única solução.
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Caiu no mar mesmo?
ResponderExcluirPoxa, eu tô na lanterna dos afogados. Eu tô te esperando, vê se não vai demorar..
:)
Definitivamente, a dor é poesia!
ResponderExcluirGostei da história dessa menina!
Bjo!
E ela sobrevive? Acho que deveria.
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