Escuto uma setlist que conta com Engenheiros do Hawaii e Paralamas, não foi proposital, até parece que é Deus assoviando uma trilha sonora para os caminhos que vem sendo traçados.
A música da trupe de Gessinger é atestadora no seguinte sentido: "eu não tenho para onde ir, mas não quero ficar. Suspender a queda livre, libertar! O que não tem fim sempre acaba assim". Realmente, estou em uma fase de finalizações de tarefas, fechando casas antigas pré-fabricadas, soltando alguns grilhões semânticos e amarras que me prendiam ao pé de uma mesa (imaginária). Não tenho para onde ir, mas também não vou ficar.
E para isso foi preciso coragem para abandonar a velha foto sobre a mesa, guardei no relicário. Foi preciso colocar a casa pré-fabricada à venda, peguei o ouro de tolo e comprei asas. Foi preciso abandonar velhas espereranças embaladas por músicas de Nando Reis, afinal, a próxima banda é Paralamas, que cantam: "Eu, hoje, joguei tanta coisa fora. Eu vi o meu passado passar por mim, cartas e fotografias, gente que foi embora. A casa fica bem melhor assim".
Achei que cairia em queda livre, mas aos poucos vejo que o foco no trabalho e no caminho por vir suspendem a queda livre. De repente, aquelas asas compradas com ouro de tolo têm finalidade, atravesso a montanha e do outro lado tem espiritualidade nova, novas pessoas, novos objetivos, quiçá um novo porto.
Agora, se quiseres me acompanhar, "vem ver com os próprios olhos".
"é cedo ou tarde demais pra dizer adeus, pra dizer jamais" ?
ResponderExcluir"ah vai, me diz o que é o sufoco, que eu te mostro alguém afim de te acompanhar"
"De repente, aquelas asas compradas com ouro de tolo têm finalidade." Exato. Sua expressão é forte, o teu sentimento escrito de libertação envolve. Gosto disso.
ResponderExcluirUma das coisas que mais me encantam no meio de tudo o que me encanta nos teus devaneios é essa mania linda de brincar com as músicas. As letras. A gente lê e sai cantando, assobiando, se enxergando.
ResponderExcluirAndrey, meu bem, é céu demais. É todo esse azul. Não deixa as asas atrofiarem. Voa enquanto tá fazendo sol. Quem sabe a gente se encontra?
Um beijo de quem te lê em silêncio, na maioria das vezes.