domingo, 7 de novembro de 2010

E se me perguntar..

E se me perguntar, eu digo que é samba e aumento o tom, se preciso for. Digo que é viagem de 3 dias, prorrogáveis pela vida, se bem quiseres. É escrito à mão com o pedido de eternidade, letra posta e idéia para a próxima.
Se me perguntar, eu falo que não sei, mesmo sabendo. Sapiência também é distanciar os pontos para aplaudir o vácuo. Não respondo; se necessário, omito. Calo e dou razão. A guerra nunca foi lucrativa, nem se a "recompensa" fosse armas químicas e poemas.
Se me perguntar, digo que vou à caça. De mim, principalmente. Buscar onde ninguém ousou, quem sabe faço da procura o encontro. Perco a bussola e recomeço, sem reclamar. Aos poucos, vou soltando o peso da bagagem, da responsabilidade e de pequenos atos que são - invariavelmente - mal interpretados.

Se me perguntar, eu digo distância. Alguém pensou amor como palavra, confiança foi que nós lembramos. Mas se interpelar, eu digo distância. E viajo, muito, para outro mundo. O status quo ante é, sim, retomado. Sei que o velho samba falou sobre nossa lei nos obrigar a sermos felizes, contudo editaram medidas contrárias; torço para que sejam provisórias e não convertidas em leis.

Se me perguntar, eu digo que é conto de Caio F., com alguma citação rápida da Clarice  Lisp ector- alguém especial disse que ela entenderia -, pediria um pouco de Lya Luft e um amor mundano-mente romântico de Cazuza. E te escrevo, ainda que indiretamente. Burlo a censura e as disposições cogentes, com a gente. Eu quero normas dispositivas, você disposta e eu, idem. O mais é tudo que pode ser, desde que não me perguntem o quê.

Se me perguntar, eu reaprendo aquela minha velha mania de ter fé na vida e traço planos, enfeites, teu corpo. E te conto como imagino, até você acreditar que podemos. Podemos. Poderíamos. Riríamos. Se me perguntar, eu omito que são mais linhas pelo velho objetivo, vou apagando as músicas, os textos, os pequenos atos. Se me perguntar, eu vou ter que omitir.

A resposta é essa.

3 comentários:

  1. Se me perguntar vou dizer que amei o post. E se não perguntar, vou dizer assim mesmo: amei esse post.

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  2. Qual seria o sentido da vida de um poeta sem o devaneio?

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  3. Se me responderes, lanço a pergunta-isca e tiro de dentro do infinito, com um golpe de anzol, tuas escamas prateadas.

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