Deus é sempre mais, a vida é dinâmica e há quem creia que a vida seja apenas uma (ando parando quando do viés dinâmico). Mudança de crenças, de vistas do ponto, de ponto de vista, de visões de mundo e vida boa. Abandonando dramas, acatando tramas, fazendo prosa mais concreta enquanto as letras da poesia são lidas lá por outros olhos.
Não é abandono de causa, sou eu emocionando mais pela minha, em carreira solo. Ok, nem tão em carreira solo assim. Encontro gente iluminada gritando 'Bruggeeeeeeeeer!!" e me chamando para propor teses; ou amigos de agora - que estranhamente/felizmente parecem que são velhos amigos - repensando as minhas teses e me ajudando a ser um cidadão melhor, tanto no profissional, quanto, e principalmente, no pessoal. Eu tenho a absoluta certeza de que estou andando por caminhos certos, com pessoas que bem combatem o bom combate. É sobre realização.
É saída da matrix, da formatação e há certa dor. Dói abandonar umas velhas certezas que me acompanharam há...já quase 6, 7 anos. Passo a repensar, verbo do texto, também aquela velha frase de "não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam"; algumas pessoas se importam e me fazem importar.
Não nego que por muitas vezes rola um cansaço. Cansaço por ver amor, suor, ousadia sendo não aproveitados desde agora, de plano, ab initio. Talvez seja eu pagando meus pecados anteriores quando eu, assim como o Gessinger, acreditava que só se vivia uma vez. Quantas bolas chutadas para longe do gol; tem também espaço para lamentações que, ainda que se crie um paradoxo, não chegam a ser arrependimentos, eu escolhi, eu escolhi ser, logo, por honestidade hermana, aceito a condição.
Não nego, tão pouco, que o coração anda precisando de perdões. Precisa ser perdoado por umas três ou quatro vezes que tive a bola do jogo e arremessei errado. Esses apagões morais que me dão e só vou me dar conta na segunda hora de ressaca do dia seguinte, sempre criticando fulanos e fulanas que tiveram a chance e desperdiçaram. Opa, eu erro pra caramba. Talvez seja hora de algumas desculpas serem pedidas, um bom exemplo é a minha parceira de blog e vida, possivelmente foi com ela que errei metade das vezes que eu realmente senti o golpe, errar em relação a ela causou dor demais; eu a amo, essa é a verdade, ela sabe e possivelmente isso seja relativamente suficiente para ser mais desculpável quando tremo na base e chuto torto (bate vontade, nessa linha, de abraço na roda dos Brugger´s com ela dentro, por mais uns 80 anos).
Há tambem saudade e saudação. Uma reforma íntima que implica em largar mão de coisas e pessoas, gente que não quis estar presente, não quer estar no futuro. Ficaram as fotos, as possíveis cartas, juras, alto dos passos, vodka barata com organismo juvenil e todas essas palavras ao vento que a gente teima em jogar, sem praticar, sem atitudinar, sem agir mesmo. Tem gente retornando também, bom que retornem, senti falta dos meus manos de outrora, dos amigos que vi crescer, literalmente; é sempre bom manter também os De Fé, os caras que batalharam comigo, continuam batalhando, me aceitando com esse mundo de erros e que não perdem, e me fazem não perder, a ternura jamais.
Tem justiça, amor e caridade. Tem descobertas de pessoas fazendo diferença com uma voz suave às 20h de uma segunda-feira ou às 18h de um sábado, pós-vida, pós-puc. Tem a PUC, um ambiente de paz e satisfação intelectual para quem precisava se libertar um pouco, ser ouvido, propor e ser proposto, provocado, apanhar, levantar, devolver, criar. Crítica e proposição, redescobrir. A sorte de estar andando com quem ando, por onde tenho andado.
Tem beleza, muita. Não a produzida globalmente, com o trocadilho. Aquela beleza de sorriso, de ideia, de admiração, de inveja da boa (o querer também, desde que o outro continue tendo). Vivência com e além livros, com amigos, música, um certo despertar para o que importa: estar com. Ao lado de. Sorrindo por e apesar de.
Há muita estrada além do que se vê.