segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Do ato. Do ato de escrever.

Tenho sentimentos soltos em meu peito que formam um nó de angustia quase físico. Como se fosse algo preso que precisasse se libertar e não soubesse como. Se recorro às palavras, parece que vem efeito imediato de calma, ainda que temporário. Palavras não bastam, pelo menos se a busca é por uma tranqüilidade verdadeira.

Enquanto rabisco palavras sem nem mesmo me dar conta se fazem sentido, me vejo envolvida num torpor mental de efeito psicológico forte. Mundo novo, página em branco. Ah, que desejo de uma página em branco na vida também. Mas em tudo carrego um tanto de mim que jamais será imparcial, verdadeiramente neutro. Experiência própria. Je me souviens...

Pronto, me enganei por mais alguns instantes. Como que se fizesse uso de alguma substância. Me vejo mais leve, me vejo mais fora de mim, ainda que, ao contrário, tenha entrado mais fundo no meu eu.

Coração serenou e lá vem a assinatura. Em breve retorno para me envenenar mais de mim, de palavras.

2 comentários:

  1. E só de te ler, eu penso que emoções realmente existem e que a clarice lispector estava certa: Escrever para salvar uma vida, nem que seja a nossa mesmo!

    ;)

    Beijooooos!

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  2. Escrever é a droga que te liberta da realidade que te incomoda. Assim como ler é pra mim. Assim como a maconha é pra algumas pessoas. É um mecanismo de fuga, e não de enfrentamento. Você não vai resolver seus problemas assim, e sabe disso. Proíba-se de escrever quando sentir o aperto no peito e lute contra seus pensamentos negativos.

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