quinta-feira, 18 de junho de 2009

Supremo Tribunal Federal: gente legal, inteligente e descontraída!




Está certo, eu não me surpreendo com quase nenhuma sentença ou acórdão dos nossos cultos magistrados julgadores.

Mas, hoje estou emputecidamente indignado.

O nosso querido STF decidiu pelo fim da exigência de diploma no exercício da profissão de jornalismo. Não que eu ache que isso faça muita diferença em termos acadêmicos: a plantação da FACOM vai continuar, a empresa júnior continuará prometendo o jornal para toda a federal, "os preços vão subir, os políticos vão saracutiar, você também vai envelhecer. E ai você vai fantasiar que quando era mais novo os preços eram razoáveis, os políticos eram honestos, e que as crianças respeitavam os mais velhos", além de se lembrar daquela distribuição gratuita de jornais na Universidade Federal - sem ser em campanha de DCE -, "mas no filtro solar, acredite!". Prometo, acabaram as piadas (por hora!).

Uma das passagens, nos votos, foi: “Nesse campo, a salvaguarda das salvaguardas da sociedade é não restringir nada. Quem quiser se profissionalizar como jornalista é livre para fazê-lo, porém esses profissionais não exaurem a atividade jornalística. Ela se disponibiliza para os vocacionados, para os que têm intimidade com a palavra", afirmou o ministro Ayres Britto ao acompanhar a decisão do relator.

Explicando: Jornalista não seria apenas a Fátima Bernardes ou o Zeca Camargo ou o Boris Casoy ou o Mauro Naves ou o Galvão Bueno ou o Zé Simão ou a Patrícia Poeta (ai ai...s2) ou qualquer um desses que você assiste na sua televisão. Afinal, quem aparece na mídia e tem o 'dom da palavra" pode ser jornalista. No fim das contas, se tu sabe falar...seja apresentador do SuperPop você também! (Se a Luciana Gimenez pode, você DEVE!). E a culpa é nossa por dar ibope a esses seres que tem o dom da palavra.

Esse conceito de "não censurar" é relativo. Ora, uma coisa é ter direito de livre expressão, livre informação e todo esse IMPORTANTE aprendizado legado em relação ao período da Ditadura Militar; outro é colocar a Luciana Gimenez no mesmo páreo do William Bonner, colocar um pastor de igreja no mesmo nível do José Simão. Assim, ambos têm seus dons, mas o José Simão ESTUDOU pra fazer isso, já o pastor da igreja também...ECONOMIA! ;x .

Isso me faz traçar uma linha entre pedidos. O pedido dos Bacharéis em Direito para o fim do exame da OAB já é bem velho , mas o argumento contrário é no sentido de que profissões que lidam com a liberdade e com a vida do ser humano devem ter um tratamento diferenciado (caso da Comunicação, da imprensa, do jornalismo SÉRIO. Vincular informação é um ato de suma importância em uma comunidade plural, democrática). Bobbio que o diga!

Ou seja, você entra na faculdade com o conceito de fazer justiça. Perde noites lendo doutrinas, leis, tratados, mergulha em conceitos que te fazem querer ajudar o próximo e noutros que te fazem sentir nojo de toda espécie humana.

E no final? Precisa passar por uma prova bem pior que a maioria dos concursos públicos existentes. Para melhorar a qualidade dos profissionais?
NÃO!
Iso é protecionismo em relação aos profissionais que já estão no mercado há mais tempo e não querem largar o osso. Muito menos dividi-lo. Muito embora eu acredite que a prova da OAB sirva para filtro, defendo apenas o BOM SENSO na elaboração da prova.

E o que vocês me falam dos médicos? Tão doutores quanto os advogados. (Devido a LEI DO IMPÉRIO DE 11 DE AGOSTO DE 1827 que ainda está em vigência.)

E a bronca dos publicitários na valorização dos seus trabalhos?
Eu até mexo no Photoshop, nem por isso abri uma agência.

Enfim, é uma faca com muitos legumes.

Competência não se compra com diploma, embora seja uma boa garantia.


Agora é a vez dos jornalistas.
Por um lado, compro a briga.

Do outro, quero meu espaço em algum veículo da imprensa. Espaço que não foi concedido (com ou sem a desculpa) porque eu não tinha o diploma de jornalista. Mesmo ganhando elogios sobre minha intimidade com as palavras hahaha (modéstia muito²² a parte).
Quantos legumes nesta faca.
Se está tudo liberado mesmo, quero meu direito de habeas corpus, habeas data e habeas “Escritus Infinitus”.

Quem possua intimidade com as leis, gosta da pressão dos prazos e hermenêutica: Vá em frente. Isto não exaure a atividade do jurista.
Quem tem intimidade com sangue, tripas... Curte o Doutor House e ama uma Autopsia...
Vá em frente. Isto não exaure a atividade médica.

Blá blá blá...

Vou fundar uma nova Igreja.
Literalmente ganho mais com isso.

E se me der 500 reais, eu compro seu diploma velho, faço uma fogueira de São João.
Se me der 1000 reais, prometo que se, e somente se, eu chegar a presidente do STF TENTO mudar essa jurisprudência.

3 comentários:

  1. nem me fala! vc nao tinha noção de como tava a FACOM ontem! isso é um PALHAÇADA! Uma falta de respeito total com os jornalistas,estudantes de jornalismo e todas as pessoas existentes nesse país pois TODOS deveriam receber informações de qualidade. Enfim,ano que vem estou no cave(algo que pensem que nunca iria fazer).

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  2. É por isso que continuarei fazendo meu Direito. Se tudo virar palhaçada no mundo jornalístico, pelo menos poderei fazer palhaçada sofisticada no STF, como Gilmar Mendes fez. E vou ser muito bem paga por isso.

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