domingo, 1 de fevereiro de 2009

Verdade seja dita, ou não!

Outro dia estava em um grupo de amigos quando ouvi comentários interessantes a respeito de falar a verdade.

É engraçado que quando temas como este vem à tona, você sempre fica atento para o posicionamento das pessoas para saber o que esperar delas e etc, mas isso é outra discussão... O que é relevante é a discussão propriamente dita.

A princípio, usaram-se do jargão: “se eu tenho que falar, falo na cara, sem meias palavras”, até que outra pessoa levantou o posicionamento de que se ela tem que ouvir, ela prefere sim as meias palavras. E argumentou muito bem que assim dói menos, e o processo de ter que se mudar já não é fácil, se puder evitar uma dor, melhor. Foi um baque. Ninguém esperava que o jargão (que por ser jargão torna-se inquestionável, o que é ridículo) fosse contestado, afinal isto é o que você sempre deseja ouvir. Ou nem sempre, como no caso.

Então a conversa foi fluindo de opinião em opinião, até que a mesma pessoa contextualiza a verdade de um modo incrível. Para ela, a verdade é como um diamante. Se você o joga na cara de alguém, além de ferir a pessoa corre o risco de tomá-lo na cara com a mesma intensidade. Se você o entrega na mão de qualquer pessoa sem falar mais nada, ele provavelmente vai ser considerado um cristalzinho vagabundo e vai ser jogado fora. Porém se você o entrega para a pessoa explicando o que é e porque você o deu ( para que ele seja melhorado ), ele pode se transformar numa bela jóia que vai embelezar a pessoa.

Pronto. Minha vontade era de abraçar essa pessoa e fazer uma miniatura pra mim, mas isso não era possível... Então só divulgo essa magnifica comparação neste post, porque eu realmente concordo com ela. Sou apaixonada por meias palavras, acho brilhante a existência delas.

Ao contrário do que talvez se pense, não faço aqui apologia à mentira, simplesmente defendo o eufemismo.


“Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.”- Clarice Lispector

Thais Barbosa

Um comentário:

  1. eu concordo, em partes.
    sempre fui adepto das mentiras sinceras, que me interessam demais.
    nem sempre a verdade é para ser dita mesmo, ainda que a sinceridade deva prevalecer no final.
    acho que se for evitavel, a verdade nua e crua realmente deve ficar em segundo plano.
    linda a comparaçao do diamante.
    genial o texto.
    parabens, meu bem!
    :)
    Andrey.

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