terça-feira, 11 de agosto de 2009

Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo...



“Sou eu que vou seguir você
Do primeiro rabisco até o be-a-bá
Em todos os desenhos coloridos vou estar
A casa, a montanha, duas nuvens no céu
E um sol a sorrir no papel
Sou eu que vou ser seu colega,
Seus problemas ajudar a resolver
te acompanhar nas provas bimestrais você vai ver
Serei de você confidente fiel,
Se seu pranto molhar meu papel
Sou eu que vou ser seu amigo,
Vou lhe dar abrigo, se você quiser
Quando surgirem seus primeiros raios de mulher
A vida se abrirá num feroz carrossel
E você vai rasgar meu papel
O que está escrito em mim
Comigo ficará guardado, se lhe dá prazer
A vida segue sempre em frente, o que se há de fazer
Só peço a você um favor, se puder:
Não me esqueça num canto qualquer”



Foi numa folha de caderno que eu fiz um coração entre e em volta dos nossos nomes. Na verdade foram em várias folhas, em várias matérias, em várias cores, com váriações de letras, tamanhos e firulas. Foi também nas folhas de caderno que eu escrevi que nosso amor era pra sempre, que eu rascunhei bilhetes, que eu rascunhei e escrevi cartas que eu (talvez nunca) te entreguei. Foram nas últimas páginas que trocamos bilhetes, recados, juras de amor, ironias, brigas, ciumes.

Foram nas primeiras páginas que, quando pequenos, nossas mães gastaram adesivos e dedicação para escrever o nome da matéria. Foram em pedaços rasgados de cadernos que fizemos nossos primeiros desenhos, sem muitos contornos e completamente abstratos. Foram nessas páginas que aprendemos a escrever o alfabeto, que desenvolvemos toda uma língua, um meio de comunicação e manipulação.

Foram nossos cadernos que protegeram nossas cabeças num dia de chuva, que nos esconderam nas aulas em que o sono batia. Foram nossos cadernos grandes companheiros diários. Como não! Diários. Não só de dia-a-dia, mas de segredos, vontades inóspitas, paixões.

Quando olha um caderno novo, todo em branco, não pensa o que vai acabar saindo dali? Para quem irão os bilhetes, as juras, as cartas? Em quais páginas cairão lágrimas? Quais guardarão uma matéria interessante, um “te amo” inesperado, ou até mesmo a cola para a prova?

Eu comprei um caderno novo essa semana. Sei que junto dele muita coisa ficará marcada, escrita. Quero ver como vai terminar, mas antes quero viver o durante...

Depois de todo um texto, depois das folhas limpas do meu caderno novo, UFJF , me deixa estudar?

Sim, texto feito apenas por minha vontade caloura.

P.S.: 11 de agosto, dia do advogado =)

Um comentário:

  1. Só peço a você um favor, se puder, não me deixe num canto qualquer! ;D

    Conta comigo nessa caminhada, meu amor!

    Porque muito mais que simples veterano, aqui você tem um amigo, um parceiro, alguém que lá no fundo sabia que, de uma forma ou de outra, você sempre estaria caminhando lado a lado! ;D

    beijo grande

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