sábado, 5 de dezembro de 2009

Uma questão de princípios.

“Pra que
Te espero de braços abertos
Se você caminha pra nunca chegar
Então vou no fundo
Ameaço ir embora
Você diz que prefere quem sabe ficar

Eu queria tanto
Mudar sua vida
Mas você não sabe se vai ou se fica
Eu tenho coragem
Já to de saída
Você diz que é pouco
E pouco pra mim não é bobagem”*

Sabe qual o pior ponto da indecisão? É a sensação que causa no outro. Se as nossas incertezas se prendessem em nós, seria até mais fácil porque não pensaríamos, ou não precisaríamos pensar, nas conseqüências a outrem que os nossos atos ou escolhas levam.

É por isso que eu defendo o principio do non liquet nos relacionamentos. O principio citado, no Direito, significa que o juiz não tem a opção de não julgar, porque não tem leis, por exemplo. Ele teria que buscar novas fontes, jurisprudências, interpretações, para chegar na solução do caso. Ele tem que chegar nessa resposta.

Imagine que benção um relacionamento com o non liquet atuante. Ela e ele seriam obrigados, ambos, de dar uma resposta para cada conflito que surgisse. Todas as incertezas seriam sanadas, todas as opiniões dadas. Seria mais do que a sinceridade em ação, seria uma exteriorização de tudo o que somos.

Se não soubéssemos da resposta no nosso eu, a gente buscaria jurisprudência na experiência de vida, buscaríamos novas interpretações daquilo que realmente sentimos e, incrivelmente, chegaríamos a uma solução. Teríamos que chegar.

Talvez seja viagem demais da minha cabeça, mas é apenas mais uma tentativa de pedir a harmonia das ações.


*eu não gosto do refrão dessa música, mas esses primeiros versos caíram bem.

2 comentários:

  1. Principio da Inafastabilidade das decisões. Isso é o que deveria tocar na trilha da vida!

    CONCORDO!

    Genial, meu bem!
    hehe

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  2. concordo também!
    non liquet pra todo mundo!

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